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Deixando a oportunidade passar

Acompanhe agora no Carros e Corridas mais uma coluna Velocidade  do jornalista Robério Lessa.

Olá amigos do Carros e Corridas!

Semana passada escrevia aqui neste espaço sobre a atuação do único representante brasileiro na Fórmula Um e vou voltar a esse assunto em nosso encontro de hoje.

Fugindo um pouco da briga entre os pilotos da equipe do touro vermelho, que com certeza abordarei nos parágrafos abaixo, o Felipe Massa perdeu a grande oportunidade de alargar ainda mais sua vantagem sobre seu companheiro na Ferrari que é de apenas quatro pontos (Massa tem 22 contra 18 de Alonso). Com o erro do espanhol e da equipe Ferrari, que não o levou para troca do bico e permitiu que ele ficasse na pista para a segunda volta, mesmo com a peça danificada, Massa teve escancarada a oportunidade de fazer uma corrida digna da total redenção com os torcedores mais críticos e aqueles que ainda o veem como apenas um segundo piloto.

Faltou raça!

Sim, faltou no Grande Prêmio da Malásia o que sobrara no Grande Prêmio da Austrália. Nem de longe ele foi metade do que correra em solo australiano. Teria sido o clima malaio que lhe fizera mal?

O certo é que pode demorar acontecer outra corrida em que Alonso fique de fora e seja ele a única aposta do time italiano que ainda terá mais duas corridas (GP da China em 14 de abril e o GP do Bahrein, em 21 de abril) antes de voltar para a Europa (GP da Espanha em 12 de maio) inaugurando a fase europeia quando o campeonato estará mais desenhado para um dos pilotos. No entanto, Massa parece querer antecipar a decisão ferrarista em nunca deixar de considerá-lo como segundo piloto.

E faltou gentileza para Vettel.

“Acho que o Webber presumiu gentileza do Vettel”. Com a frase cunhada pelo meu irmão Roberto Lessa eu quero abordar o ocorrido entre os carros número um e dois da Red Bull.

Pelo rádio a ordem era para os dois pilotos diminuírem a pegada, acionando uma das várias programações que reduz o limite de giros do motor.
Webber o fez, mas Vettel…

O resto todos sabem. Com uma cara de quem levou um pito em público, o tricampeão mundial tratou de fazer sua “mea-culpa” e declarar que, se houvesse possibilidade, ele voltaria atrás. Voltaria mesmo?

Vettel não foi gentil é certo, mas Webber foi obediente e se deu mal. Nesse episódio a Red Bull não pediu para Vettel não atacar Webber, e sim para que ele levasse o carro ao final sob pena de quebra, daí a ordem do box para diminuir o giro, mas o alemão entendeu de outra forma.

Recordo-me quando Nelson Piquet, em 1987, tinha de lutar contra a Williams para ter tratamento igual ao que era dado ao Nigel Mansell, um inglês em uma equipe inglesa. Certa feita ele entrou nos boxes em uma parada programada para Mansell.

“Go to Box, go to box Mansell”!!

E quem entra?

Nelson Piquet. Patrick Head joga o boné no chão de tanta ira, mas aí eram outros quinhentos.O que quero com essa lembrança é apenas ilustrar o que se passa na cabeça de um piloto minimamente competitivo. Ele acaba preferindo correr o risco de ter seu contrato na equipe encerrado ao fim do ano, levar um pito em público, a ter de perder uma corrida e ser conhecido como o segundo piloto.Vettel fez sua escolha, agora as consequências saberemos nos próximos 17 grandes prêmios.

Por hoje é só.

Até a próxima.

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Fotos: Red Bul Raxcing/Escuderia Ferrari – Divulgação.