Acompanhe no Carros e Corridas mais uma Coluna do Helinho, do piloto Helio Castroneves.
Olá amigos do Carros e Corridas!
A partir de agora e durante todo o mês de maio, as atenções estarão voltadas para Indianápolis. É o grande momento da temporada se aproximando, que é a realização da 100ª Indy 500, um marco histórico que deixa orgulhoso todo mundo que, de alguma forma, participou de parte desta trajetória. Antes da Indy 500 de 29 de maio, porém, teremos outro momento importante no Indianapolis Motor Speedway, que é o Grand Prix do sábado, 14 de maio, no circuito misto.
A gente vai falar bastante desse Super May em outras oportunidades. Agora, na coluna de hoje, gostaria de dar uma palavrinha com vocês sobre as provas de Long Beach e Barber, que fecharam esse ciclo inicial antes de Indianapolis. Foram duas etapas positivas em se tratando dos pontos acumulados. Cheguei à California como 6º na classificação e, agora, sou 4º depois de somar 65 pontos nas duas corridas. Claro que, principalmente em Long Beach, ficou a frustração de não ter vencido, mesmo largando na pole, mas o campeonato é relativamente longo e o negócio, quando não dá para vencer, é ir somando a maior pontuação possível para chegar na fase final, a decisiva, com chances de título.
A corrida do Alabama, no domingo passado, foi bem difícil. Mas se a gente olhar como um todo, chegar em 7º e manter a 4ª colocação no campeonato acabou sendo um resultado satisfatório porque a gente trabalhou numa estratégia diferente desde o sábado. Sem isso, talvez as dificuldades durantes a 90 voltas no Barber Motorsports Park teriam sido maiores.
O circuito da cidade de Birmingham tem características muito especiais porque são muitas subidas, descidas, bons trechos de aceleração e freadas fortes. É o tipo de pista que força muito o carro, por mais suave que seja a sua condução. Então, além de trabalhar muito no equilíbrio do carro, a tática é economizar pneus, que acabam se desgastando bastante.
Depois de trabalhar no equilíbrio durante os treinos livres, na classificação a gente adotou uma estratégia ousada. Eu passei pelo Q1 e no Q2, ao invés de entrar na pista logo, fiquei esperando. Como são 10 minutos, a estratégia normal é sair para um stint, trocar pneus e voltar para a pista. Só que nesse formato vão dois jogos de pneus e tentei tudo numa única volta quando faltavam menos de dois minutos para o cronômetro zerar. Foi por um pelinho que não fui para o Fast Six, apenas 0s022. Apesar disso, garanti o 7º na largada e economizei um jogo novo de pneus macios para a corrida.
Toda essa estratégia quase foi para o vinagre já na largada. Você viram que o Sebastien Bourdais acabou tocando no Scott Dixon, que rodou. Só que ele virou ao contrário e cruzou a pista de ré, desgovernado. Quando vi a confusão, tive o reflexo de jogar o carro para a esquerda e quase que o Scott bate em mim. Ufa!
Eu saí com pneus duros e reservei as duas últimas trocas para os macios, que são mais rápidos, mas obviamente desgastam mais. Eu acho que a estratégia foi correta porque fiquei a prova toda no grupo da frente. O problema é que, com os atuais kits aerodinâmicos, o carro da frente produz muita turbulência, o que acaba dificultando as ultrapassagens. Foi por isso que teve momento da corrida que eu fiquei encaixotado num bloco de cinco ou seis carros, sem que as chances de ultrapassagens acontecessem.
O problema da turbulência é que o carro fica muito desequilibrado se você fica grudado no cara da frente. Ao mesmo tempo que a gente precisa sair colado da curva para pegar o vácuo e ultrapassar no trecho de reta, se você entra muito colado, o carro sai de traseira e perde o contato. Então, ultrapassar em Barber foi um exercício de paciência, pois de outro modo, só batendo. Você viram como foi complicado o final da prova, né? Aquilo foi bem um exemplo da dificuldade que nós todos tivemos, mas que proporcinou para o público um espetáculo bem interessante.
Em Long Beach, no domingo anterior ao da disputa no Alabama, novamente fiz a pole position e liderei a maior parte das voltas, mas nem tudo deu tão certo assim no final. O meu último jogo de pneus, o de lateral vermelha (macio), que usei depois do segundo e último pit, desgastou mais rápido do que a gente esperava. Então, não consegui recuperar todas as posições que perdi com a parada. Como os pneus foram se desgastando, meus tempos de volta foram ficando piores, por mais que eu tentasse ser rápido. Quando vi que não tinha como me aproximar dos líderes, fiz o possível para manter a posição, pois o meu teammate Juan Pablo Montoya e o Takuma Sato vinham numa briga boa e poderiam ter me superado. Felizmente, deu certo o esforço final e consegui o primeiro pódio.
Quero agradecer a atenção de todos, desejar uma ótima semana quero renovar o meu convite para quem quiser entrar em contato comigo. É só escrever para press@heliocastroneves.com.
Forte abraço e Vamos que vamos!
Com 34 anos de carreira, o jornalista especializado em automobilismo Américo Teixeira Junior lança o seu primeiro livro, o eBook “Os campeões e eu”, que trata de Jornalismo e Automobilismo atrás dos contatos do profissional de imprensa com os três pilotos brasileiros campeões mundiais de Fórmula Um: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
Vendas Direta pelo E-mail ebooks@diariomotorsport.com.br
Fotos: Cris Jones/John Cote/Joe Skibinski – IndyCar/Divulgação.
O site Carros e Corridas integra o grupo de veículos de comunicação, em língua portuguesa, que publica semanalmente a coluna do piloto de Fórmula Indy Helio Castroneves, sob licença da Castroneves Racing, Miami, USA. Todos os direitos reservados. Contatos: americo@diariomotorsport.com.br.
2007-2016 – carrosecorridas.com.br – Todos os direitos reservados – Proibida a reprodução sem autorização