Em carro que está ganhando, não se mexe. O britânico Kris Meeke, que viu seu Peugeot 207 S2000 destruído na etapa anterior do IRC, em Monte Carlo, recebeu emprestado para a prova do Brasil o modelo utilizado pelo vencedor daquele rali, Sebastian Ogier – que não disputa regularmente a temporada. Julgando pelos resultados desta sexta-feira (6), o primeiro dia do Rally Internacional de Curitiba, foi um belo negócio. Ele venceu todas as sete especiais programadas para o dia e se tornou o principal favorito à vitória.
O desempenho impecável ajudou a construir uma vantagem de quase cinqüenta segundos sobre o vice-líder, o italiano Giandomenico Basso. É confortável, mas não garante nada. Há outras seis especiais marcadas para sábado (7). A primeira delas, às 08h20 em Bocaiúva do Sul. Se o primeiro dia de rali ajudou a destacar alguns favoritos, também derrubou alguns deles. Anton Alen, filho do vencedor do Rally Internacional do Brasil há trinta anos, Markku Alen, teve problemas na terceira especial.
A quebra da suspensão na terceira especial lhe tomou um tempo precioso. Por sorte, era a penúltima antes de voltar ao parque de apoio, localizado no Autódromo Internacional de Curitiba, onde os carros receberiam ajustes mecânicos por uma hora antes de retornarem aos trechos. Foi o que garantiu sua permanência na competição. Mesmo assim, muito atrás dos primeiros colocados. Fechou o dia apenas em oitavo na categoria N4, quase oito minutos atrás de Kris Meek, o líder.
Quem não teve a mesma sorte foi o argentino Marcos Ligato. Na quarta especial, ele teve um problema no radiador e quebrou o motor. Lá na frente, descontado o domínio de Kris Meeke e Paul Nagle, a briga é boa. Os vice-líderes, Giandomenico Basso e Mitia Dotta, estão apenas três milésimos de segundo na frente dos terceiros colocados, os atuais campeões do IRC, Nicolas Vouilloz e Nicolas Klinger. Em quarto, os argentinos Alejandro Cancio e Santiago Garcia surpreenderam.
O brasileiro Oswaldo Scheer, único representante do país na categoria principal do IRC, ocupa a sétima posição. As atividades prosseguem neste sábado com as últimas seis especiais. Que podem mudar totalmente os resultados. Se o primeiro dia já foi um desafio técnico para os carros e para os pilotos, o segundo e último terá as duas especiais mais aguardadas. A mais difícil e longa de todas, de Bocaiúva, repleta de subidas e descidas, e aquela apontada como mais prazerosa, a Dom Pedro.