Foi mais um fim de semana imprevisível em Goiânia, onde a Stock Car realizou no sábado (21) a 10ª e no domingo (22) a 11ª etapa. Com dois vencedores inéditos, o que elevou para 13 o número de pilotos a subir no topo do pódio nas 17 largadas realizadas este ano (Goiânia – primeira corrida do ano, Ricardo Zonta e Rubens Barrichello; São Paulo, Nelsinho Piquet e Ricardo Zonta; Londrina, Rafael Suzuki e Ricardo Maurício; Cascavel, Thiago Camilo, Bruno Baptista e Daniel Serra; Santa Cruz do Sul, Júlio Campos e Diego Nunes; Curitiba: Thiago Camilo (8ª etapa e prova 1 da 9ª etapa) e Gabriel Casagrande; Goiânia, Ricardo Maurício, Guilherme Salas e Allam Khodair).
Nesta segunda vez em solo goiano, a categoria assistiu a uma reação dos times equipados com o modelo Chevrolet Cruze, com a marca norte-americana ultrapassando no ranking pela primeira vez a Toyota, que utiliza o estreante Corolla.
Em mais uma reviravolta espetacular, Thiago Camilo, que em Curitiba havia construído uma liderança razoavelmente confortável, saiu do traçado goiano acuado por Ricardo Maurício e Daniel Serra, que agora estão empatados em 242 pontos contra 243 do líder no acumulado do ano. Mais do que isso, os dez primeiros ainda têm chances matemáticas de ficar com o título na Super Final, prova que será disputada em Interlagos no dia 13 de dezembro.
Vencedores inéditos – A 10ª etapa foi disputada em rodada simples no sábado, com vitória do Chevrolet Cruze de Ricardo Maurício. Mas o domingo viu Guilherme Salas e Allam Khodair vencerem as Provas 1 e 2 da rodada dupla que valeu pela 11ª etapa. Salas e Khodair ainda não haviam vencido na temporada e, assim como a vitória de Maurício no sábado, os resultados das duas provas de hoje ajudaram a embolar de vez o campeonato, que vem experimentando reviravoltas a cada etapa. Neste momento, 11 pilotos têm chances matemáticas de chegar ao título. Nunca o campeão da Stock Car esteve tão indefinido faltando uma prova para o final.
No classificatório para o grid das provas do domingo a Stock Car voltou a mostrar um nível de competitividade impressionante, justamente no “momento premium” dos pilotos, quando todos estão com os carros preparados para máxima performance. Horas antes da largada, Diego Nunes foi o mais rápido na fase Q1 das tomadas de tempo, com Cacá Bueno fechando sua volta no 20º lugar a meros 0s503. O 24º e penúltimo colocado naquela sessão, Pedro Cardoso, ficou a apenas 0s817 do melhor tempo. Nesse quesito, o recorde da categoria foi registrado na etapa anterior, em Curitiba, quando 21 carros foram separados por menos de meio segundo.
Três líderes emparelhados – A pole position para a 11ª etapa foi registrada no Q2 por Allam Khodair, companheiro de Nunes na equipe Blau Motorsport, com a marca de 1min27s998. Khodair largou bem e manteve a dianteira, mas foi superado na segunda volta por Salas no miolo da pista. Na volta seguinte Salas, Khodair e Bruno Baptista chegaram a emparelhar na briga pela ponta na freada da Curva 1, com os dois últimos se tocando e saindo da pista. Melhor para Salas, que aproveitou a confusão para abrir vantagem, liderar até o final e conquistar a primeira vitória de sua carreira na Stock Car. Diego Nunes chegou em segundo, com Denis Navarro em outro forte desempenho na terceira colocação.
“Até que enfim veio essa vitória. Em Curitiba ela passou muito perto, mas hoje, graças a Deus, aos engenheiros, mecânicos, todo mundo, essa vitória aconteceu”, disse Salas. “A categoria é uma das mais difíceis do mundo. Todos andam muito próximos. Temos pilotos com passagem pela Fórmula 1. Minha jornada foi bem longa e difícil, pois esse é um esporte em que você precisa ter apoio, e não é fácil de arrumar. Mas vamos um passo de cada vez, degrauzinho por degrauzinho, e vamos chegar lá”, concluiu, referindo-se ao sonho de disputar o título.
Barrichello na pole – Na segunda corrida, Rubens Barrichello, que havia chegado em 10º, largou da pole devido à inversão dos dez primeiros do grid. O ex-piloto da Ferrari converteu a pole em liderança, deixando o segundo lugar para Daniel Serra, seguido por Gabriel Casagrande e Ricardo Zonta. Ainda na primeira volta, Serra conseguiu superar Barrichello e manteve a ponta até a parada obrigatória de box. Rubinho assumiu a liderança com um pit stop mais rápido, com Allam Khodair tomando o segundo lugar de Daniel Serra na 13ª passagem. Serra ainda perdeu a posição para Nelsinho Piquet na última volta, quando Barrichello enfrentou seu drama: com combustível insuficiente, ele foi perdendo posições, mas ainda conseguiu cruzar em terceiro, com seu carro parando após a bandeirada.
“Que loucura, né? No mesmo dia, passar pelo céu, pelo inferno e voltar ao céu”, resumiu Khodair, que cravou a pole, abandonou a primeira prova por acidente e venceu a segunda corrida. “A pole foi demais! Na primeira corrida, com a inexperiência do (Bruno) Baptista, ele acabou não me vendo e quebrou meu carro. Na segunda prova, na Curva 1, eu fui jogado para a terra e voltei quase em último. Foi tudo muito movimentado mas muito especial também. É uma das principais vitórias da minha vida”, continuou Khodair, que obteve sua nona vitória na Stock Car – a última foi em Tarumã, 2015.
O drama de Camilo – O líder Thiago Camilo teve um dia difícil. Na primeira prova, teve que ir ao box para a troca da bomba de óleo e, na segunda corrida chegou em 11º após largar do box. “Quando eu ouvi o barulho que o carro estava fazendo, a pressão do óleo subiu e tive que trazer o carro para o box. Achei que o motor tinha quebrado e não ia dar para fazer a segunda corrida. Que eu ia chegar em Interlagos em quarto no campeonato. Mas aparentemente o problema era só a bomba de óleo, que a equipe trocou num tempo muito curto, permitindo que eu participasse da Corrida 2”, disse Camilo.
Com um terceiro lugar no sábado, um nono e um quarto lugares neste domingo, Daniel Serra foi o piloto que mais progrediu entre os líderes. “Há quatro etapas eu era 12º na pontuação. Então, se me dissessem que hoje eu estaria na vice-liderança, disputando o campeonato, acho que não acreditaria”, comentou ele. “Mas, a gente nunca desistiu, fomos buscando a cada corrida melhorar um pouco mais. Vamos para a última prova com um ponto de diferença (para o líder) e isso é para ficar satisfeito. A disputa está aberta, com todo mundo dependendo dos próprios resultados, vai ser legal”, completou.
Além da vitória no sábado, Ricardo Maurício conseguiu se manter na vice-liderança obtendo um 18º e um quinto lugares na rodada dupla de domingo. “No contexto geral foi bom. O importante é estar na briga. Todo mundo vai ter que trabalhar pela vitória na final”, disse o parceiro de Daniel Serra na equipe Eurofarma.
As contas para o título – Em Interlagos, na Super Final, a vitória valerá 60 pontos. Neste momento, as equipes já fazem as contas para ver quais são suas reais chances de chegar ao título. Com o regulamento determinando que sejam descontados os três piores resultados de cada pilotos, a pontuação válida para a conta de chegada do campeonato tem Thiago Camilo com 238 pontos, seguido por Daniel Serra (237), Ricardo Maurício (231), Ricardo Zonta (226), Gabriel Casagrande (224), Rubens Barrichello (224), Cesar Ramos (203), Allam Khodair (195), Guilherme Salas (190), Diego Nunes (185) e Nelson Piquet Jr. (180), todos com chances matemáticas de serem campeões.
Os resultados em Goiânia também significam que as equipes da Toyota vão lançar mão do primeiro dos dois pacotes de equalização que cada marca tem direito durante o ano, toda vez que a rival abre 30 pontos de vantagem. A Chevrolet já utilizou ambos e é justamente isso, além do trabalho de desenvolvimento realizado pelas equipes, que justifica o bom desempenho dos Cruze em Goiânia. O ranking das marcas tem a Chevrolet somando 762 pontos, contra 717 da Toyota. Confira os resultados e estatísticas da Stock Car em Goiânia:
Confira a classificação-geral da temporada 2020 da Stock Car com descartes:
1º – Thiago Camilo – 238 pontos
2º – Daniel Serra – 237
3º – Ricardo Maurício – 231
4º – Ricardo Zonta – 226
5º – Gabriel Casagrande – 224
6º – Rubens Barrichello – 224
7º – Cesar Ramos – 203
8º – Allam Khodair – 195
9º – Guilherme Salas – 190
10º – Diego Nunes – 185
11º – Nelson Piquet Jr. – 180
12º – Julio Campos – 161
13º – Rafael Suzuki – 152
14º – Bruno Baptista – 151
15º – Átila Abreu – 142
16º – Denis Navarro – 134
17º – Matías Rossi – 121
18º – Cacá Bueno – 113
19º – Lucas Foresti – 87
20º – Marcos Gomes – 84
21º – Gaetano di Mauro – 80
22º – Galid Osman – 77
23º – Pedro Cardoso – 76
24º – Tuca Antoniazi – 44
25º – Felipe Lapenna – 14
26º – Vitor Genz – 11
27º – Vitor Baptista – 8
Texto: Stock Car/Divulgação
Fotos: Duda Bairros/Divulgação
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