Opinião
Mais uma temporada se inicia na Fórmula 1. Há muito tempo não via tamanha animação brasileira em começar um mundial da maior categoria do automobilismo mundial. Nem mesmo os tempos de Piquet e Senna, este principalmente na McLaren, atiçavam tanto o público brasileiro quanto o deste ano.
As mudanças impostas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), na qual se destaca o uso de um gerador de energia chamado KERS, que dera cerca de 80 cavalos a mais para quem usa-lo dentro da corrida, passando pela diminuição do aerofólio traseiro e a volta dos pneus slick, o que vai exigir mais dos pilotos na hora de disputar freadas e ultrapassagens, contribuíram para nivelar mais as equipes, já que todos partiram do zero para a criação de um novo carro. Há também de se lembrar que a limitação dos testes deixou a F-1 mais igualada, onde poucas equipes conseguiram andar mais que as outras.
Mas o maior fator surpresa de 2009 com certeza será a equipe Brawn GP, que surgiu do espólio da antiga Honda. Tendo à frente o experiente Ross Brawn, a equipe herdou um projeto pronto da Honda que vinha sendo trabalhado desde abril de 2008. Somou-se a isso o motor Mercedes e o resultado foi um assombro nos treinos coletivos na Espanha.
O britânico Jenson Button e o brasileiro Rubens Barrichello foram sempre mais rápidos que os demais pilotos e, como num passe de mágica, alçados à posição de favoritos à vitória no GP de estréia. Mas é bom não se esquecer que, apesar de limitações impostas pelo regulamento, as equipes grandes continuam sendo as mais ricas e, com certeza, não vão parar a evolução dos seus carros.
Se a Brawn GP aparece favorita nesse início de temporada e, concordo que ela vai fazer bem nas quatro primeiras provas, Ferrari, BMW, McLaren e Renault não vão facilitar as coisas a partir da fase européia. Por conta do elevado profissionalismo que existe na categoria não devemos descartar o favoritismo de Felipe Massa, vice-ano passado, cada vez mais sedimentado dentro da Ferrari. Outra equipe que deve incomodar é a BMW que também trabalha no carro há mais tempo e foi a primeira de desenvolver o KERS. Já a McLaren vai depender da genialidade de Lewis Hamilton no início da temporada para marcar pontos e tentar tirar o atraso do meio para o final da competição. Um bi campeonato de Hamilton parece menos próximo ao primeiro título de Massa. Quanto a Barrichello, esse ano vai ser um ano de muitas “sambadinhas” no pódio.
Robério Lessa é Jornalista e Editor do Site.