Uma das novidades esportivas que mais pode influenciar as corridas nesta temporada, a troca de pneus não estreou na abertura da Copa Nextel Stock Car, em Interlagos. Mas a prática pode estrear no próximo final de semana (12), em Curitiba, durante a segunda etapa. A razão do adiamento foi um pedido das equipes à Vicar, organizadora do torneio, e à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para que não fossem realizados os pitstops em Interlagos, já que os times haviam recebido as ferramentas apenas na semana da corrida, e não houve tempo para um treinamento mais específico dos mecânicos.
Para Curitiba, a CBA já confirmou que haverá uma parada específica para as trocas. “As equipes receberam as ferramentas para as trocas na semana da primeira corrida, por isso elas não acharam seguro realizar o procedimento na abertura da temporada. Mas agora os mecânicos já estão mais familiarizados com o sistema, e assim as trocas de pneus estão confirmadas para Curitiba”, afirmou Nestor Valduga, presidente do Conselho Técnico Desportivo Nacional (CTDN), órgão da CBA.
Além disso, a JL, empresa que constrói os novos carros da Stock Car, prepara uma porca nova, feita de aço em substituição ao alumínio usado na primeira etapa, e com uma guia reforçada. “Até o ano passado, as rodas eram fabricadas pela Binno e tinham cinco parafusos de fixação, o que impedia a troca rápida de pneus, como ocorre por exemplo na Fórmula 1” diz Luciano Burti (Amanco/Poliron), um dos pilotos que devem brigar por vitórias em 2009. “As novas rodas feitas pela OZ usam o que chamamos de ‘cubo rápido’, que é um sistema que emprega apenas uma porca de fixação, permitindo a troca em questão de segundos, dependendo da habilidade da equipe”, completa Burti.
Pilotos aprovaram – Na opinião dos competidores, as trocas de pneus devem movimentar a corrida e oferecer um espetáculo mais interessante para o público: “Essas coisas acrescentam muito para quem está vendo a corrida”, diz Burti que defende a equipe Boettger Competições. “É uma forma de fazer valer a regra do treino classificatório, em que os pilotos não podem trocar os pneus”, lembrando que os pilotos deverão largar com os mesmos pneus utilizados nas tomadas de tempo. “Acho que vai dar equilíbrio, pois quem largar na frente terá pneus mais desgastados, já que terá passado pelas três fases do treino de definição do grid. E quem estiver mais atrás, com pneus melhores, vai vir para cima”, explicou.
O tricampeão Chico Serra, que este ano compete pela equipe Hot Wheels Racing, é outro que elogiou a iniciativa: “Haverá um novo peso para o trabalho das equipes na equação da corrida. As provas vão ficar mais interessantes, com certeza. Alguns pilotos poderão perder ou ganhar posições nos boxes. É algo que vai valorizar o show na transmissão por televisão”, afirmou.
Para Felipe Maluhy, da Tracker Racing, o pitstop para troca de pneus é uma forma da equipe participar mais ativamente do resultado de seu piloto na corrida. “A diferença de desempenho pode ser tirada na troca dos pneus, e isso vai quebrar um pouco da monotonia das provas. É um momento diferente, que gera tensão… vai ser interessante”, prevê. “Há muito tempo os pilotos, as equipes e a Vicar trabalham para ter essa interação entre piloto e equipe durante as provas, que é algo que acontece na maioria das categorias do tipo Turismo do mundo. Então, nada mais natural do que a Stock Car também ter trocas de pneu durante a corrida. Definitivamente, é um avanço”, elogiou. Fotos:Luca Bassani