O piloto Álvaro Parente, de Portugal, que chegou a ser anunciado como piloto de testes da equipe Virgin Racing de Fórmula Um, enviou comunicado à imprensa no qual explica, com surpresa, a decisão da escuderia em não tê-lo confirmado como integrante do time durante lançamento do carro, realizado hoje, através da internet.
Abaixo segue a íntegra do documento enviado por Álvaro.
Fiquei hoje a saber que não sou mais piloto da Virgin Racing F1. Este facto vai ter consequências muito graves para o prosseguimento da minha carreira. Tenho o dever de informar todos os meus fãs, assim como todos os adeptos do desporto automóvel, sobre quais são as razões para este afastamento:
1.Fui apresentado pela Virgin Racing F1 como terceiro piloto da equipa. Tinha acertado um pacote de contrapartidas que considerei vantajosas – muitos testes de F1 em pista (inclusive em Portugal) e simulador, assim como a participação no Campeonato de GP2. Tinha também um contrato com opção para piloto principal na temporada de 2011. Na base da minha ligação à Virgin Racing F1 estava um acordo de parceria entre o Instituto de Turismo de Portugal (ITP) e o Grupo Virgin, negociado entre os meus representantes e estas duas entidades. Acontece que o Instituto de Turismo de Portugal decidiu – por razões que eu ou os meus representantes desconhecemos – não cumprir o acordo a que tinha chegado com a Virgin Racing F1. Tanto os meus representantes como a Virgin Racing tentaram repetidas vezes contactar o ITP, mas nunca obtiveram qualquer resposta oficial. Junto envio uma cronologia de factos que considero importantes neste processo:
2.Em Junho de 2009, eu e os meus representantes encetámos contactos com várias equipas de F1 para o meu ingresso nesta disciplina. Três foram as equipas que mostraram expressamente o seu interesse. O da Virgin Racing foi noticiado em Agosto.
3.Durante a prova de GP2 realizada no Autódromo Internacional do Algarve fomos abordados pelo ITP, instituição que se mostrou interessada, desde que a associação fosse com a equipa Virgin Racing F1.
4.A 30 de Setembro, os meus agentes reuniram-se com a Virgin Racing e o ITP. Os responsáveis desta última instituição reafirmaram o seu interesse em patrocinar a equipa de F1 – tendo inclusive aprovado em Conselho – e decidiram qual seria o valor da sua participação. A 4 e a 6 de Novembro voltaram todos a encontrar-se. Ficou então definido que o ITP seria Team Partner da equipa. Num desses dias, inclusivamente, estiveram ainda reunidos com o secretário de Estado do Desporto e a Virgin Racing F1.
5.Houve entretanto o acordo e lavrou-se um head of terms entre o ITP e a Virgin Racing – a ser assinado depois da apresentação – facto que me foi comunicado por esta última, e que levou a que eu assinasse os meus contratos com a equipa, e fizesse parte da apresentação mundial da Virgin Racing F1.
No dia seguinte, o ITP comunicou aos meus representantes que afinal não pretendia assinar o acordo que tinha negociado. Como é evidente ficámos todos perplexos. Nem queríamos acreditar que o ITP fosse faltar a um compromisso por si aceite e estabelecido. Desde aí não tivemos mais resposta.
Hoje, como é público, já não estive, com os meus colegas, na apresentação do carro.
Todo este processo prejudicou-me seriamente e comprometeu os meus projectos imediatos e futuros. Vou ter de recomeçar tudo, com a agravante de estar ligado – sem responsabilidade alguma – a um incumprimento de compromissos assumidos.
Tenho a certeza que irei superar mais este obstáculo. Como sempre.
Obrigado a todos pelo apoio que tenho recebido!
Um abraço do,
Álvaro Parente
Nota da Redação – Preferimos manter a grafia original, usada em Portugal.