As autopeças começam a receber certificação compulsória do Inmetro que garante ao consumidor a qualidade comprovada do produto. O primeiro componente a ter certificação será roda de aço e alumínio a partir de 12 meses contados da data de publicação da portaria do Inmetro nº 445 (19/11/2010).
O Inmetro também publicou a portaria nº 448 (22/11/2010), que disponibiliza para consulta pública por 30 dias o texto definitivo e dos requisitos de avaliação de conformidade para os seguintes componentes automotivos:
– Amortecedores da suspensão
– Bomba elétrica de combustível para motores do ciclo Otto
– Terminais de direção, barras de direção, barras de ligação e conjuntos de barras axiais
– Buzina ou equipamentos similar utilizado em veículos rodoviários automotores
– Pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava (retenção)
– Anéis de pistão
– Bronzinas
– Lâmpadas para veículos automotivos
– Cintos de segurança
No caso das rodas de aço e alumínio, em que o processo está mais avançado, os fabricantes e importadores devem oferecer produtos em conformidade com requisitos aprovados. O mesmo deve acontecer com os outros componentes posteriormente.
Para o mercado da reposição automotiva, formado por fabricantes de autopeças, distribuidores, varejo e oficinas, que é responsável pela geração de 934 mil empregos diretos no País, e que atende boa parte da frota circulante brasileira calculada em 29,9 milhões de veículos, conforme dados do levantamento do Sindipeças, a certificação das autopeças representa um avanço e uma forma de garantir ao consumidor produtos com qualidade comprovada pelo Inmetro.
Segundo o coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, Antônio Carlos Bento, a exemplo do que aconteceu em setores, como o de brinquedos, a certificação compulsória em autopeças inibirá a falsificação e pirataria de produtos, bem como criará barreiras para a entrada de mercadorias no País que não atendem os mínimos padrões de qualidade exigidos pelo mercado. “É importante que o consumidor saiba que as mesmas peças que equipam o veículo zero km também estão presentes no mercado da reposição para garantir a qualidade dos componentes usados na manutenção”, afirma.
Hoje, no Brasil, ocorrem milhares de acidentes que provocam a morte de 35 mil pessoas por ano, segundo dados do IPEA. Como não existe fiscalização e perícia técnica de todos os acidentes, não é possível estimar quantos deles são causados por causa de peças de origem duvidosa e que comprometem o funcionamento do veículo. “Estamos falando de um assunto sério que envolve a segurança de milhões de pessoas. Peças que não têm qualidade podem provocar graves acidentes”, alerta Bento.
Fonte: www.carro100.com.br