Era para terminar às 10h20, mas a primeira sessão de treinos da Stock Car em Brasília se estendeu, entre interrupções, por quatro horas. O circuito, reformado recentemente, ganhou uma área margeando as zebras, mas os pedaços de concreto não resistiram. Na passagem dos carros, com média de velocidade superando os 180 km/h, os blocos começaram a se soltar, comprometendo a segurança especialmente nas curvas um e quatro.
Foi assim durante todo o dia, e isso resultou na recomendação aos pilotos para que não ultrapassassem os limites da pista, não atacassem essa área de apoio. “O que aconteceu era previsível”, criticou Luciano Burti, piloto com passagem pela Fórmula Um e oito temporadas na Stock Car. “Houve um pedido de reforma da CBA e da Vicar (promotora do campeonato) e o governo local contratou uma empresa que não tem conhecimento de automobilismo”.
“Nós sabemos que o governo não pode contratar qualquer empresa, é um processo longo, mas a CBA e a Vicar deveriam acompanhar a obra dia após dia, para oferecer conhecimento técnico, especializado a eles. Mas isso não aconteceu, fizeram só a vistoria em cima da hora, quando a obra já estava concluída, sem qualidade. Da forma que fizeram, talvez funcione para a rua, mas para uma pista de corrida não funciona”, disse Burti.
Os períodos de interrupção permitiram reparos nas áreas mais afetadas. Mas com toda a confusão, o treino classificatório terminou apenas às 17h30, já com luz natural bem baixa. Pole position para Thiago Camilo, na corrida que começa às 11h00, com transmissão ao vivo do Sportv. Com desempenho do carro bem abaixo do esperado, Luciano Burti larga apenas em 26º lugar. “O carro piorou dos treinos para o classificatório. Está difícil, mas vamos tentar”.
Texto: Tiago Mendonça/Divulgação.
Foto: Vanderley Soares/Divulgação.