Neste domingo (13), o Autódromo José Carlos Pace – Interlagos, em São Paulo (SP) foi palco de uma exibição impecável de um dos mais técnicos e competitivos pilotos do país. Quem não conhece Ricardo Maurício se impressiona ao ver o que ele faz na pista e hoje foi um desses dias, de ratificar suas qualidades na final mais disputada dos últimos tempos da Stock Car, que chegou à sua derradeira corrida com 11 pilotos disputando o título.
O terceiro título do piloto da equipe Eurofarma RC começou a ser construído quando, no sábado (12), cravou a pole position em uma treino classificatório no qual teve de superar seu desempenho na primeira parte da prática e colocar seu Cruze número 90 abrindo a primeira fila do grid.
Maurício está nas pistas desde os 10 anos de idade, e essa experiência foi fundamental para a última corrida do ano. Em dado momento da prova, César Ramos chegou a tocar em seu carro na reta principal e ele, teve a calma que se exige dos campeões para corrigir sua trajetória e seguir na ponta.
O piloto paulistano está na escuderia comandada por Rosinei Campos desde 2009, logo após a conquista do seu primeiro título na categoria – em 2008, com o chefe de equipe Andreas Matheis. De lá para cá, são doze temporadas com o mesmo patrocinador e onze com a mesma equipe liderada por Rosinei, mais conhecido como “Meinha”.
Para Rosinei, Maurício não apenas é um dos mais competitivos da categoria, como tem uma melhora de performance a cada ano. O segredo, segundo o piloto é a própria idade, que traz mais maturidade para lidar com as diversidades da profissão. “Saber lidar com o que dá errado é mais importante do que saber lidar com a vitória e isso é mais difícil de entender quando você é mais jovem e tem mais urgência das coisas”, avalia ele.
E ele sabe do que está falando. Em 2018 viveu um dos períodos mais difíceis da sua carreira. Atuando em outra equipe devido a um remanejamento e uma tentativa de abrir novas frentes na categoria, terminou a temporada em décimo oitavo lugar, com apenas 54 pontos, bem distante do líder, seu companheiro de equipe Daniel Serra, que foi bicampeão com 338 pontos.
“Não penso nisso, eu acho que toda experiência é válida e tem suas lições, o importante é saber corrigir o curso da história”. E ele soube como fazer. Em 2019, de volta aos cuidados de Meinha, saltou para a terceira posição, duas atrás do, então tricampeão, Daniel Serra.
Esse ano, apesar de todas as dificuldades vividas no mundo com a chegada pandemia que paralisou o mundo, o esporte conseguiu sobreviver. A categoria não mediu esforços para garantir a segurança nos autódromos e o retorno das corridas, dando início a um novo normal. Mesmo sem o calor do público e o abraço aglomerado da torcida, ele venceu, silencioso de ponta a ponta, com o sorriso encoberto primeiro pelo capacete, e depois pela máscara.
Texto: Patrícia Alves com edição de Robério Lessa
Fotos: Bruno Terena/Divulgação.
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