Acompanhe no Carros e Corridas mais uma Coluna do Helinho, do piloto Helio Castroneves.
Olá amigos, tudo bem?
Dependendo de como a gente observa, minha temporada pode ser classificada de duas maneiras. Se o Leitor pensar que não venci corridas e terminei o campeonato em 5º, o ponto de vista será um. Mas se considerar que estive o tempo todo entre os primeiros, em qualquer tipo de pista, e cheguei ainda na última corrida com chances de ser campeão, foi uma temporada boa e marcada pela competitividade.
E tem mais: se a gente olhar para os acidentes que tive e, Graças a Deus, estou aqui inteirão conversando, não podia ter sido melhor. Eu sou uma pessoa muito timista, sempre. Eu sempre procuro ver o lado bom das coisas, até porque ficar remoendo o que deu errado, a não ser que você tenha aprendido com o erro, não leva a nada. É por isso que eu classifico com uma boa temporada, não fabulosa, mas foi nota oito.
Ainda falando da temporada que acabou de acabar, muita gente ter me perguntado por que o campeonato da Indy termina tão cedo em relação, por exemplo, ao da Fórmula Um, já que os dois campeonatos começam mais ou menos próximos. Eu sou o primeiro a concordar que, de fato, o período das disputas da IndyCar, restrito a cinco meses, é mais curto. Mas há um motivo para isso e vou explicar para vocês.
Como vocês sabem, o esporte nos Estados Unidos é muito forte e com milhões de fãs no mundo todo. E não estou falando apenas da Fórmula Indy e NASCAR, para citar os dois principais exemplos em termos de automobilismo, mas também do futebol americano, o baseball, o futebol americano, o basquete e por aí vai.
Por outro lado, apesar de a Fórmula Indy ter esse caráter mundial, com pilotos de vários países e já tendo feito muitas corridas fora da América do Norte, muitos dos patrocinadores da categoria e das equipes são empresas norte-americanas com interesses no mercado local e, em muitos casos, patrocinando também os outros esportes.
Quando o campeonato da Indy ia até mais tarde, acontecia de ter uma concorrência muito grande de televisão e interesse do público. Muitas vezes havia coincidência de datas. Isso gerava um certo desconforto para todo mundo. Imagine um fã da Indy e da NFL, por exemplo, querendo acompanhar os dois momentos decisivos, mas tendo de escolher um.
Já para alguns patrocinadores era bem estranho também, pois eles faziam concorrência para eles mesmos em algumas vezes, pois estavam patrocinando dois eventos importantes que aconteciam quase que simultaneamente.
Muita coisa foi tentada mas, no final, a solução encontrada foi terminar entre o fim de agosto e início de setembro para não ter essa concorrência pesada. Isso acabou preservando os interesses de todas as partes e oferecendo uma gama muito mais diversificada de atrações para o público escolher sem atropelos.
No caso da Indy, a gente ainda está buscando o formato ideal, pois o plano da IndyCar não é terminar o campeonato mais tarde, mas sim ter as primeiras corridas mais cedo, em janeiro ou fevereiro. Esse é o plano da IndyCar e acredito que, num futuro próximo, a gente vai poder começar nossas corridas mais cedo.
Enquanto isso, o negócio é enfrentar a maratona de ter cinco meses malucos em termos de atividades, com vários fins de semana consecutivos de pista, e uma pré-temporada longa, mas também muito trabalhosa. Espero ter explicado direito esse negócio todo.
Grade abraço e até semana que vem!
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