Oito meses após o seu início em Guaporé (RS), o Campeonato Brasileiro e Sulamericano de Fórmula Truck se aproxima de sua grande decisão tendo passado por seis estados brasileiros, fora o Distrito Federal, que irá receber a última etapa, e um país sul-americano além do Brasil, a Argentina. Dos 25 pilotos que disputam o campeonato representando as seis marcas de caminhões – Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania, Volvo, Iveco e Ford, dois conseguiram se destacar durante a temporada e chegam a Brasília com chances de conquistar mais um título para as suas carreiras: Felipe Giaffone, da Volkswagen, que venceu o campeonato em 2007 e 2009, e Roberval Andrade, com o caneco de 2002.
Fazendo um campeonato de muita cabeça e regularidade, Felipe Giaffone, que conquistou uma vitória no ano, na disputa da primeira etapa em Guaporé, vai para Brasília com 17 pontos de vantagem para o seu rival direto. Confiante no desempenho do seu caminhão o piloto paulista fala sobre a expectativa para o encerramento do ano. “Estou bem confiante em ter uma boa corrida em Brasília. Sei que é uma pista que favorece mais meus rivais (com motor 12 litros – o motor do seu VW possui nove), mas acredito que nosso caminhão Volkswagen Constellation terá bom desempenho nesta pista”.
Mesmo contando com a superioridade do motor do Scania de Roberval, Felipe acredita que conseguirá o resultado necessário para assegurar o tricampeonato. “Como disse, é uma pista de anel externo, de alta velocidade e que favorece os motores maiores, de 12 litros. Em todo caso, os dois títulos que conquistei na Truck foram nesta pista e nesta corrida vou me preocupar em vencer o campeonato, independentemente se vencer ou não a prova”.
Em um ano marcado pelo jogo de equipe feito pela Ferrari no Grande Prêmio da Alemanha, na Fórmula 1, este assunto não poderia ficar de fora da categoria dos caminhões. Com a possibilidade de ser ajudado por seus companheiros de time em Brasília – Valmir Benavides, Renato Martins e Débora Rodrigues -, Felipe Giaffone descarta que o que foi visto no país europeu se repita agora no Brasil.
“Não existe um jogo de equipe como aquele que escandalizou a F-1. Na Truck, a ajuda é mais na troca de informações sobre os ajustes do caminhão, por exemplo. Neste ponto o jogo de equipe existe e sempre existirá, mas em posição de pista é mais difícil de acontecer”. Pensando um pouco diferente, Roberval Andrade fala que acredita na possibilidade de um jogo de equipe e não é contra isso.
“Acredito que vai haver se os companheiros do Felipe estiverem bem. E acho válido. Mas se eu fizer minha parte, acredito que o Geraldo (Piquet), (Wellington) Cirino, Beto (Monteiro), (Leandro) Totti, enfim, vários caminhões grandes também vão andar bem e isso pode embaralhar um pouco o pelotão da frente”. Pensando sobre a sua estratégia para a prova, o piloto que já venceu quatro vezes na temporada fala.
“Eu tenho que fazer minha parte, tentar ganhar tudo: pole, melhor volta, vencer a corrida, como fiz em Curitiba. Lá eu tinha em mente fazer os 32 pontos possíveis e fiz 31. Em Brasília vai ser a mesma coisa. Repito, tenho que fazer a minha parte, me preocupar com o que estiver ao meu alcance. Se vier o título, ótimo, do contrário eu terei feito o meu melhor”.
Mesmo sendo o piloto que mais venceu no ano disparado, Roberval Andrade, pelo segundo ano consecutivo, acaba não chegando à etapa final da temporada com vantagem na tabela de pontos. Sobre isso, o piloto acredita que seja algo que deva ser melhorado para as próximas temporadas. “É excesso de competitividade de minha parte, que busco sempre o próximo limite. Sou assim. Mas é algo que tenho que repensar, que tenho de aprender a dosar desde as primeiras corridas do ano”.
“Tive situações, como na etapa em Velopark, que seu fosse mais conservador de tocada, evitando as zebras altas, teria evitado a quebra e poderia ter com esse ritmo chegado num tranqüilo segundo lugar, o que me daria agora uma vantagem nos pontos”, encerra o piloto.
A prova está marcada para as 14h00 com a duração de 1 hora e transmissão direta pela Rede Band TV com narração de Téo José, comentários de Edu Homem de Mello e reportagens de Luiz Silvério.
Foto: Orlei Silva.