Acompanhe a análise do jornalista Wagner Gonzalez, editor da Revista Curva 3.
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Nem a Fórmula 1 escapou da elevada onda de calor que assola a Europa: as três semanas de pausa do meio do calendário 2022 serão sempre lembradas pelas novidades descobertas e anunciadas nos últimos dias. Impossível ignorar o impacto que o impacto que envolve a volta da Porsche à categoria, a aposentadoria de Sebastian Vettel e a transferência de Fernando Alonso da Alpine à Aston Martin. Igualmente, não se pode deixar de lado o mais recente vexame estratégico da Ferrari, que cada GP que passa parece melhorar em sua capacidade de anular o potencial de vitórias e pódios de Charles Leclerc e Carlos Sainz.
No GP da Hungria disputado no último fim de semana os dois pilotos da Scuderia foram prejudicados por estratégias equivocadas com relação às escolhas de pneus e Leclerc terminou em sexto lugar, resultado modesto para quem iniciou o ano liderando o campeonato e agora está 80 pontos atrás do líder Max Vertappen. Em Hungaroring, o atual campeão mundial largou em décimo, rodou durante a prova e venceu com autoridade.
O retorno da Porsche acontecerá através de uma associação que está finalizando para assumir 50% da equipe Red Bull. Mantida sob sigilo, a negociação só foi descoberta porque o acordo deveria ser homologado em vários países, entre eles o Marrocos, onde uma lei exige a publicação da venda em meios de comunicação. Ao adquiri metade da Red Bull a Porsche desembarca na F-1 com vantagem sobre a Audi, outra empresa do grupo VW que já tornou público sua intenção de entrar na categoria em 2026.
Aparentemente, as negociações da casa de Ingolstad estão avançando em direção à incorporação da Sauber, atualmente ligada à Alfa Romeo por um contrato de patrocínio. Haas e Williams são outras operações que devem trocar de mãos em breve. Vale lembrar que a Honda, autora do projeto do motor usado pela Red Bull atualmente, renovou o contrato de assistência técnica com o time austro-inglês até o final de 2025.
A despedida de Sebastian Vettel não chegou a surpreender: o piloto que venceu quatro campeonatos consecutivos entre 2010 e 2013, há tempos dava mostras de que sua aposentadoria se aproximava cada vez mais. Após um período de algumas vitórias e muitas frustrações na Ferrari, a transferência para a Aston Martin prometia ser um nova fase de sucessos para o alemão nascido em Heppenheim aos 3 de julho de 1987. O desempenho pífio dos carros construídos para 2021 e 2022 certamente catalisaram a decisão de se retirar da F-1. Resta saber se ele continua fazendo parte da Aston Martin, haja vista que sua contratação envolveu uma participação acionária na marca inglesa.
Se Vettel não surpreendeu, Fernando Alonso anunciou sua mudança para a Aston Martin no seu peculiar estilo de causar impacto. Após ter negado a Otmar Szafnauer, o diretor esportivo da Alpine, de que não tinha assinado com ninguém e que voltariam a conversar sobre a renovação de contrato esta semana, o espanhol foi anunciado como futuro companheiro de equipe de Lance Stroll, filho do dono da equipe. A causa mais provável para esta mudança é, aparentemente, um acordo para seguir competindo nas próximas duas temporadas, algo que o time francês não lhe garantia.
O principal candidato à preencher a vaga aberta pelo espanhol é o australiano Oscar Piastri, que é o principal investimento da Academia Alpine. Piastri tem como empresário o ex-piloto Mark Weber, que estaria negociando um possível acordo com a McLaren, onde a permanência de Daniel Ricciardo é incerta. Szafnauer, porém, já deixou claro que sua equipe tem direitos sobre Piastri e que pode vetar essa mudança. Caso ele apareça disputando a primeira sessão de treinos livres nas próximas corridas, seu futuro estará mais bem encaminhado. Caso ele não apareça nos boxes, isso poderá ser entendido como um recado a Weber, algo na base do “pega leve, australiano!”.
Texto: Wagner Gonzalez.
Fotos: Gilmar Rose.
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