Por Robério Lessa – Provas de longa duração costumam ser recheadas de emoções. Quem não tem costume de acompanhar corridas com mais de quatro horas de duração não tem a dimensão do quanto o automobilismo se apresenta em toda sua amplitude.
O que se viu no último domingo (16), na chegada da 92ª edição das 24 Horas de Le Mans, a mais tradicional prova do automobilismo mundial, disputada no Circuito de La Sarthe, na França. E que me perdoem os amantes da Fórmula 1 e Fórmula Indy, a mais importante corrida da Tríplice Coroa (para quem é novo por aqui e pelos caminhos do esporte motor, chama-se Tríplice Coroa, as provas: 500 Milhas de Indianápolis (Indy); Grande Prêmio de Mônaco (F1) e 24 Horas de Le Mans (Endurance)), foi de emocionar até mesmo os neófitos, imagine os que acompanham essas provas há anos.
Tinha de ser com uma Ferrari. Justo a Escuderia que, quando comprada pela FIAT abandonou a categoria principal de Le Mans, competindo apenas com os carros de turismo, contrariando os ideais do criador da marca, Enzo Ferrari, que tinha especial deleite ao acompanhar a exibição de seus bólidos vermelhos com seus cavalinhos empinados.
Essa edição acompanhei junto ao BandSport e ao canal da Band no YouTube com um time fantástico o qual integrava um desses amigos que a gente faz nessa vida de jornalista, Rodrigo Mattar. Ao ouvir sua voz embargada quando do comentário da vitória do protótipo ferrarista número 50, pilotado pelo dinamarquês Nicklas Nielsen, não contive a emoção! Vale aqui o registro da equipe da Band que se revezou durante as 24 horas de transmissão entre TV aberta, TV por assinatura e YouTube. Além do amigo Rodrigo Mattar participaram Aldo Luiz, Ivan Bruno, Sergio Lago, Tatá Muniz, Felipe Meira, Gabriel Lima, Sergio Milani e Milton Rubinho.
As últimas 10 voltas Nicklas Nielsen guiou com tanta propriedade (não que as outras não tenham sido tão bem guiadas por ele e seus companheiros Miguel Molina, espanhol e o italiano Antonio Fuoco) com tanto domínio do carro, que estas derradeiras passagens deveriam servir de referência para qualquer piloto a almejar entender do ofício de levar um carro ao seu limite de resistência e desempenho.
Foram 311 voltas em que o trio se revezou à bordo do Ferrari 499P vencedor da categoria Hypercar, a principal, para das aos italianos a 11ª vitória da Ferrari na categoria principal em Le Mans, e o bi-campeonato, já que em 2023 também venceu, só que com o protótipo número 51 com os pilotos Alessandro Pier Guidi e Antonio Giovinazzi ambos italianos e o inglês James Calado. Nesta edição, eles chegaram em terceiro, atrás do Toyota número sete pilotado pelo japonês Kamui Kobayashi, o argentino Jose Maria Lopes e pelo holandês Nyck De Vries.
Que fique a lição aos burocratas vendedores de veículos!
Lugar de Ferrari é na pista!
Viva a Ferrari!
Viva Le Mans!
Foto: WEC-DPDI e Ferrari.
Texto: Robério Lessa
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