Acompanhe a coluna Semanal “MEIA LINHA”, por Marco Antônio Furtado
Noite de sábado, 17, o telefone toca. Era minha filha Roberta querendo entreter a solidão que ameaçava invadir esse velho coração. Cheia de boas intenções, mas sem assunto, ela apela: ataca de esporte. Como o futebol está de recesso vai de olimpíadas mesmo: Pai, que horas vai ser o Diego amanhã?
Insone, acordo cedo no Domingo e, com a indagação que ficou de ontem, corro para frente do vídeo.
Confesso que em termos de esportes minha grande paixão é por demais provinciana, o futebol. Com relação à Ginástica Olímpica nunca entendia como um atleta brasileiro vinha no tablado, fazia piruetas, zip,zap,plan,,plac,tchum.Nota 6,5.Aí vinha outro dos olhinhos puxados,fazia piruetas,zip,zap,plan,plac,tchum,igualzinho o nosso. Nota 9,98.
Ainda bem que hoje as TVs colocam comentaristas do ramo que nos explicam direitinho as regras, satisfazendo ao nosso senso de justiça, mas não aplacando a nossa indignação de torcedor.
Considero o encontro do homem com a prática do esporte competitivo como o desafio dele com ele mesmo. Ali, frente a frente, o homem e seus limites. Sem favorecimentos, sem ajuda, sem mídia, sem cortes, repete, de novo… É ele e a sua solidão,sem pai nem mãe.
Na TV nossa grande estrela Diego Hipólito, cotadissímo a medalha, graças a sua belíssima participação no ultimo mundial do esporte. Apresentação perfeita, opinião não minha, pois de torcida essa nada vale, mas da comentarista da “Vênus Platinada”. De repente a tragédia, o erro. Diego perde para Diego e nossa medalha se vai. No rosto de Diego rolam minhas lágrimas e a frase “peço desculpas aos brasileiros” retém as do meu rosto, contidas por um misto de sentimento e indignação.
Peço-te desculpas Diego por não podermos, como nação, te dar as mesmas condições de preparação que possuem esses atletas que te superaram. Imaginamos como tua luta de ginasta deve ter sido árdua nesse pais de futebol e preconceitos. Estrutura, treinadores, formação escolar, patrocinadores, sei que quase sempre só temos mesmo são os nossos Pai …trocinadores, esses heróis anônimos e que estão na outra face das medalhas brasileiras.
Nada de desculpas Diego, as medalhas que conquistastes e que ainda virão só a ti te pertencem. Ainda bem que ninguém foi tirar do colo dos seus pais, roubar tua infância, comandar tua vida para te expor como um símbolo Nacional, de uma raça ou instituição. Não, as medalhas simbolizam Diego, elas são tua vida. Quanto a nós ficamos com o orgulho e a oportunidade de quase chorar por você, se não fosse a indignação.
Nesse momento lembro dos Olímpicos tupiniquins Marcio Araújo, filho do Manoel Araújo, uma vida dedicada ao esporte numa das suas atividades mais incompreendidas, árbitro de tudo que é esporte, sempre como muito humor e competência, só podia dar no que deu. O outro é o mesatenista Tiago Monteiro, filho do meu colega de Colégio Castelo na D. Manoel e do time de futebol de salão da AABB, pupilos que éramos do saudoso Miguel Bufú, Alexandrino Monteiro , o popular Miúdo,hoje agrônomo respeitado.Miúdo foi,e ainda deve ser,um dos maiores dribladores que vi.Dele corria uma lenda que para dar um “traço de arrodeio” bastava o espaço de um lenço. Não era lenda, levei vários.
Nada de desculpas Diego, as medalhas que conquistastes e que ainda virão só a ti te pertencem. Ainda bem que ninguém foi tirar do colo dos seus pais, roubar tua infância, comandar tua vida para te expor como um símbolo Nacional, de uma raça ou instituição. Não, as medalhas simbolizam Diego, elas são tua vida. Quanto a nós ficamos com o orgulho e a oportunidade de quase chorar por você, se não fosse a indignação.
Nesse momento lembro dos Olímpicos tupiniquins Marcio Araújo, filho do Manoel Araújo, uma vida dedicada ao esporte numa das suas atividades mais incompreendidas, árbitro de tudo que é esporte, sempre como muito humor e competência, só podia dar no que deu. O outro é o mesatenista Tiago Monteiro, filho do meu colega de Colégio Castelo na D. Manoel e do time de futebol de salão da AABB, pupilos que éramos do saudoso Miguel Bufú, Alexandrino Monteiro , o popular Miúdo,hoje agrônomo respeitado.Miúdo foi,e ainda deve ser,um dos maiores dribladores que vi.Dele corria uma lenda que para dar um “traço de arrodeio” bastava o espaço de um lenço. Não era lenda, levei vários.
Até a próxima.