Ainda sob o impacto de um GP na Austrália cheio de surpresas no último final de semana, o circo da Fórmula 1 já volta suas atenções para a segunda etapa da temporada, que será disputada de 3 a 5 de abril no circuito de Kuala Lumpur, na Malásia. Em uma pista bastante diferente da abertura do Mundial, o KERS novamente ganha destaque ao passar pelo seu primeiro grande teste – uma vez que as longas retas do circuito malaio e seus vários pontos de ultrapassagem poderão dar a noção exata da vantagem que o sistema pode proporcionar. Nelsinho Piquet, cuja equipe ING Renault já utiliza o sistema, comentou que aproveitou a potência extra do KERS para defender sua posição em uma disputa no circuito de Albert Park.
“Usei o KERS algumas vezes durante o GP da Austrália e, quando me defendia dos ataques do (Sebastien) Buemi, a potência extra ajudou a me manter à frente dele, mesmo estando com o carro mais pesado”, lembra o piloto da equipe ING Renault, que confia em um bom desempenho da equipe na segunda etapa do campeonato. “Tivemos sérios problemas com o acerto do carro na Austrália, mas Sepang é um circuito de alta velocidade, bem diferente de Melbourne. Acho que o R29 vai se adaptar melhor nessas condições e acredito que o KERS também poderá nos ajudar mais, especialmente na corrida”, acrescenta o brasileiro.
O circuito malaio, um dos mais modernos da atual Fórmula 1, é fruto de uma reestruturação do país na metade dos anos 90. Na época, o então primeiro ministro Dr. Mahathir Mohamad determinou um plano para que a Malásia se tornasse um país completamente industrializado até 2020. A base do projeto era o investimento no setor automobilístico e seus derivados. Começou com a principal petrolífera malaia colocando seu nome e investindo na Fórmula 1; posteriormente uma fabricante de carros local comprou a famosa Lotus Engineering, da Inglaterra.
O primeiro ministro também liderou o projeto para a construção de um autódromo que se tornasse muito mais que uma pista de corridas. O circuito de Kuala Lumpur, que recebeu a Fórmula 1 pela primeira vez em 1999, apresentou um novo conceito à categoria com toda sua tecnologia e infra-estrutura. Desenhado pelo alemão Hermann Tilke, que também encabeçou projetos como os do Bahrein e Turquia, o circuito de 5.543 metros é um misto de grandes retas com freadas fortes – formando excelentes pontos para ultrapassagem. Em 2008, o GP foi vencido pelo finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari. Foto:LAT Phoptographic